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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Depois de horas de leitura de voto, o ministro Herman Benjamin enfim disse que, com base nas provas que listou, houve abuso de poder econômico na campanha de Dilma e de Temer em 2014. Ele defende “as consequências” previstas na lei, ou seja, a cassação.
“Meu voto é pela cassação da chapa presidencial eleita em 2014 pelos abusos que foram apurados nesses quatro processos”, disse Benjamin.
No encerramento de seu voto, o relator afirmou que não poderia recusar uma prova válida. “Eu, como juiz, recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório. Mas não carrego o caixão”, afirmou.
A sessão do julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE desta sexta-feira (9) começou por volta das 9h30 e teve um intervalo de apenas cinco minutos.
O dia foi dedicado apenas à apresentação do voto do ministro relator, Herman Benjamin. Os outros ministros poucos de manifestaram, com exceção de uma discussão envolvendo também Admar Gonzaga e Luiz Fux.
Até agora, o voto do relator abordou em sua maior parte detalhes fornecidos pelos delatores da Odebrecht e pelo casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura.
Por volta das 13h, o relator apresentava suas conclusões sobre suspeitas envolvendo gráficas que formalmente receberam dinheiro da coligação de Dilma e de Temer em 2014. Ele disse que está na etapa final de sua apresentação.
Mais cedo o ministro Herman Benjamin citou brevemente em sua fala a distribuição de propina em decorrência nas obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Nesse caso, diz ele, o dinheiro foi para o “segundo partido” da chapa Dilma-Temer, ou seja, o PMDB, sigla do atual presidente. A prova sobre o caso, disse, é “extensa, oceânica”.